Midjourney e GPT-4o na criação visual com IA: abordagens distintas, propósitos convergentes
- Rodrigo Vieira
- 2 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de set.
Nas últimas semanas, o campo da inteligência artificial generativa foi movimentado pelo lançamento do novo gerador de imagens da OpenAI, o GPT-4o. Em pouco tempo, as redes sociais foram inundadas por análises entusiasmadas e comparações diretas com outras ferramentas consolidadas, especialmente o Midjourney, amplamente reconhecido por sua qualidade estética e velocidade de geração.

Esse tipo de reação imediata levanta uma questão importante: estamos realmente diante de uma substituição tecnológica ou apenas de propostas distintas, voltadas a finalidades diferentes dentro do processo criativo?
O GPT-4o apresenta avanços relevantes. Sua principal força está na capacidade de compreender comandos com precisão, inclusive aqueles que combinam texto e imagem, e responder de forma contextualizada em uma interface conversacional. Sua performance na renderização de elementos gráficos como textos, logotipos e fontes o coloca em posição de destaque no que diz respeito à execução técnica refinada.
No entanto, a ideia de que a inteligência artificial “faz tudo por você” é uma visão simplificada do processo criativo assistido por tecnologia. Trabalhar com ferramentas de geração de imagem por IA exige clareza de objetivos, intenção estética e sensibilidade na formulação dos comandos. Não se trata de automatização plena, mas de uma interação entre usuário e sistema que exige experimentação e refinamento.
É nesse contexto que o Midjourney mantém sua relevância. A versão 7, embora menos comentada no grande público, trouxe inovações técnicas importantes: o modo Draft, que permite uma interação conversacional mais fluida, e uma velocidade de geração significativamente superior. Além disso, atualizações periódicas vêm sendo anunciadas, incluindo funcionalidades voltadas à criação de vídeos, imagens em 3D e a integração de referências visuais de maneira mais intuitiva.

As diferenças entre as duas plataformas são notáveis. O GPT-4o é altamente eficaz em situações onde o objetivo está bem definido desde o início. Entretanto, sua lentidão pode dificultar processos iterativos e criativos mais dinâmicos. Além disso, em testes práticos, observa-se que o modelo não responde tão bem a refações: ao solicitar ajustes, ele tende a se distanciar do prompt original, comprometendo a consistência visual nas iterações seguintes.
O Midjourney, por sua vez, se destaca como uma ferramenta voltada à exploração criativa. Seu fluxo rápido e sua capacidade de lidar com múltiplos estilos e referências favorecem a experimentação estética e o desenvolvimento de linguagens visuais personalizadas.
É importante destacar que o ecossistema de ferramentas de IA generativa vai além desses dois nomes. Plataformas como Adobe Firefly, Visual Electric e Ideogram vêm se consolidando com propostas complementares, voltadas a diferentes perfis de uso — da prototipagem à criação gráfica profissional.
Portanto, mais do que eleger vencedores, é necessário compreender o papel que cada ferramenta pode desempenhar em fluxos criativos distintos. A inteligência artificial não substitui o processo de criação, mas o amplia — desde que utilizada com discernimento técnico e intencionalidade estética.
Rodrigo Vieira
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