Além da Captura: A Nova Era da Imagem
- Neto 
- 2 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de set.
Quando a Mobgraphia me convidou para esta coluna, óbvio que aceitei. O mais difícil foi escolher o tema. Decidi falar sobre a nova era da imagem — aquela que vai além da captura. A fotografia como registro da realidade, talvez nunca tenha sido tão desafiada. Ainda faz sentido falar só em fotografia? Ou “imagem” descreve melhor o que vivemos?
Fotografar sempre foi capturar um instante real. Mesmo com o celular, há intenção: o que mostrar, como compor, por que registrar? A fotografia nasce da luz refletida no mundo. Mas hoje, imagens podem ser criadas sem câmera, apenas com descrições e algoritmos. Se a fotografia se baseia na captura, o que acontece quando ela deixa de ser necessária?
Não é a primeira revolução. O digital já havia mudado tudo. A mobgrafia colocou uma câmera e um estúdio no bolso. Ainda assim, lidamos com registros. A IA rompe com isso: ela não registra — ela gera. Cria rostos, cenas, mundos que nunca existiram. São imagens, mas não fotografias.

A fotografia morreu?
Toda nova tecnologia provoca resistência. Foi assim com a fotografia em relação à pintura, com o digital e com a Mobgrafia. Agora, a IA ocupa esse papel. Para uns, ameaça a essência da fotografia. Para outros, é só mais uma ferramenta. A fotografia continua — mas o território da imagem se expandiu.
Hoje, imagens vêm tanto da luz quanto de dados. Isso muda nossa relação com o visual. Não é só capturar. É criar, interpretar, escolher — com ou sem câmera. Por isso, a curadoria ganhou importância. Mais que técnica, importa decidir: o que vale mostrar?
Esta coluna é um convite para pensar a imagem de forma ampla — com ou sem IA, com ou sem câmera. Porque, no fim, o que importa não é como fazemos. É o que escolhemos mostrar — e por quê.
Neto, Confraria Criativa



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